
O Enem 2020 será realizado nos dias 17 e 24 de janeiro de
2021, anunciou nesta quarta-feira (8) em Brasília o Ministério da Educação.
Marcada inicialmente para novembro, a prova tinha sido adiada por tempo
indeterminado devido à pandemia de Covid-19.
O exame tem 5,8 milhões de estudantes inscritos. O MEC
chegou a abrir uma enquete para saber deles para quando a prova deveria ser
adiada. Cerca de 20% dos inscritos participaram da enquete. Destes, quase
metade votou pelo adiamento da prova para maio de 2021.
Com a alteração, as provas do Enem Digital ficam para 31 de
janeiro e 7 de fevereiro. Os resultados são previstos para 29 de março de 2021.
De acordo com o secretário-executivo da pasta, Antonio Paulo
Vogel, a decisão foi tomada por meio de diálogos com secretarias estaduais e
entidades representativas das instituições de ensino públicas e privadas.
“Não é uma solução perfeita e maravilhosa para todos, mas
buscamos uma solução técnica, tentando ver a data que melhor se adequasse”,
disse.
Na entrevista coletiva de divulgação das novas datas, Maria
Cecília Motta, presidente do Consed (Conselho Nacional de Secretários de
Educação), disse que a realização da prova em janeiro seria a “menos danosa”,
para não perder totalmente o primeiro semestre.
Após o anúncio, os termos Enem e Inep entraram nos tópicos
mais comentados do Twitter, com muitos estudantes reclamando que a enquete não
teve nenhuma serventia.
Para a UNE (União Nacional dos Estudantes), a deliberação
mostra desprezo. “A divulgação das novas datas para o Enem 2020 escolhidas pelo
MEC só demonstram como eles tratam a opinião dos estudantes: com desprezo”,
publicou o perfil da entidade na rede social. “Não escutaram as entidades
estudantis em nenhum momento e ignoraram o resultado da consulta que eles
mesmos fizeram”.
A mesma opinião foi ecoada pela Ubes (União Brasileira de
Estudantes Secundaristas). “A opinião dos reitores e secretários dos estados é
importante sobre o Enem, não temos dúvida. Mas a opinião dos estudantes foi
ignorada pelo Inep”, escreveram. “O governo Bolsonaro não liga para os
estudantes, muito menos para a opinião deles, e o MEC continua sem ministro”.
O Enem é um dos principais meios de acesso ao ensino
superior no Brasil, e ganha nova data no momento em que o país enfrenta o
impacto da pandemia nas salas de aula sem ter um ministro da Educação.
Mesmo depois da confirmação da pandemia de Covid-19, o MEC —
ainda sob o comando de Abraham Weintraub — resistia em anunciar o adiamento do
Enem 2020. No começo de abril, o então ministro afirmava que o Enem não seria
adiado.
Somente no fim de maio o governo federal anunciou que a
prova seria adiada em pelo menos um mês. A decisão veio depois que lideranças
do Congresso sinalizaram ao poder Executivo que aprovariam o adiamento.
Sisu
O presidente do Inep, Alexandre Lopes, disse que, com a
alteração, é possível que as instituições precisem de uma terceira edição do
Sisu (Sistema de Seleção Unificada) em 2021.
Normalmente, são realizados dois processos seletivos anuais,
um em janeiro e outro em julho.
Segundo ele, a instituição está disponível para esse debate,
uma vez que a situação é de “excepcionalidade”.
As inscrições para a seleção do segundo semestre de 2020
foram abertas nesta terça (7) e vão até sexta-feira (10). Mais informações
podem ser vistas no site do Inep e do próprio Sisu.
CNN Brasil
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